Abigail
Estados Unidos
Aborto
Sou uma mulher de 23 anos de idade e comecei a ter relações sexuais demasiado jovem, ao igual que muitas jovens, aos 16 anos para ser exacta. Nunca tive um aborto provocado (ao menos creio que sim) mas na minha covarde juventude de cada vez que tinha atraso no meu período, pensei e considerei essa possibilidade. Muitas coisas tem ocorrido desde então, algumas boas outras más e desejo que a minha história salve muitas vidas e mude as acções de algumas mulheres baralhadas, assim como eu estive. Apesar de nunca ter ficado grávida, fiz muitas coisas más e irresponsáveis: tive relações com um homem casado com alguém da minha família, ao mesmo tempo ela estava grávida, mas eu não sabia, isso não me faz menos culpável, já estava crescidinha (19).
Agora vivo com esse remorso na minha vida que me atormenta dia a dia. Com o passar do tempo conheci a alguém, a quem na verdade não mereço. Ele é um homem exemplar, um marine dos Estados Unidos, que muito rapidamente se converteria no centro da minha vida, e no meu marido, e é assim que começa a minha história. Há um provérbio que diz: “cá se fazem, cá se pagam ”, e é muito certo. Depois de um curto mas maravilhoso namoro de 6 meses me casei. No mês de casada soube que estava grávida e ambos, o meu marido e eu nos sentimos felizes, mas isto não durou muito, pois recebeu ordens de que muito em breve teria que partir para o Iraque.
Aquele Fevereiro de 2003 foi muito triste já que a sua irmãzinha com somente dois anos de idade morreu com cancro. O dia chegou e teve de partir, tentei ser forte mas algo estava mal, pressentia-o. Com tanta tensão comecei com uma leve perda de sangue e tive de deixar de trabalhar, o único que fazia era ver as noticias. Dois dias antes da guerra tive um aborto espontâneo. Nunca na minha vida me tinha sentido tão triste e só, sem bebé, sem marido ao meu lado, pensando que quiçá algo lhe aconteceria. Cada manhã acordava aterrorizada de levantar o telefone, ou de abrir a porta, pensando que alguma coisa lhe teria acontecido ao meu marido. As coisas pioraram quando comecei a ver os nomes dos seus amigos na televisão, que tinham morrido em combate. Mas graças a Deus ele regressou bem a casa. Agora olhando atrás me pergunto: Como fui tão cruel em pensar algo assim? Talvez nunca receba o perdão.
Tantas vezes pensei em fazê-lo, sem sequer saber se estaria grávida ou não e, quando finalmente fiquei grávida, o perdi. Não sei se seja um castigo por tudo o que fiz, ou simplesmente o meu marido precisava de um anjo ao seu lado, mas nunca me arrependerei devidamente das minhas acções. Agora depois de tudo isto, não tenho conseguido ficar grávida e tenho uma anomalia nos ovários que raramente me faz ter o período. Ademais não há dia que passe sem pensar no meu bebé, ou nos possíveis filhos que poderia ter tido no passado. Isso entristece muito o meu marido já que ele deseja ter filhos e eu fico deprimida por não poder tê-los. Que ironia da vida! Quando era jovem tomei mil e uma coisa para não ficar grávida e agora luto com medicamentos diariamente para poder ficar. A ti, mulher, que levas uma vida no teu ventre, pensa-o antes de fazê-lo porque te arrependerias, a ti que crês que és o teu corpo e pensas que podes decidir, estas enganada. A ti que crês que o mal que fazes nunca se virará contra ti, olha-te bem nesse espelho e tu saberás o quê fazer. Espero que isto lhe sirva a alguém que tenha dúvidas, ou que somente esteja agindo mal, porque ao fim e ao cabo o que se faz, se paga, e só espero que Deus algum dia me perdoe e me envie um filho que eu não duvidarei em cuidar, ainda que não venha de mim. Obrigado pela oportunidade de enviar esta mensagem e que Deus vos abençoe.