O Director
Colombia
Auto observacion
Recordo-me uma vez, faz aproximadamente 15 anos no meu trabalho prático psicológico, de um “eu” ou defeito que eu via num vizinho, e com o qual eu o julgava. Resulta que aquele vizinho ficava com as coisas que os vendedores lhe ofereciam quando lhe batiam à porta, prometia pagar-lhes depois e nunca o fazia. Havia um vendedor muito pobre que vendia num cântaro leite puro de vaca. Eu lhe comprava a leite e lhe pagava a pronto. O vizinho comprou-lhe leite e lhe pagou as três primeiras vezes. Logo começou a não lhe pagar e foi acumulando a divida até chegar a certa quantia. Eu tive a oportunidade de estar presente quando o leiteiro lhe cobrava e ele lhe manifestava de que não tinha dinheiro e que lhe pagaria depois. O leiteiro lhe contestou que precisava do dinheiro pois lhe devia ao dono da vaca e poderia perder o trabalho e portanto não lhe deixaria mais leite até que lhe pagasse.
O vizinho lhe replicou de que se não lhe deixasse mais leite não lhe pagaria o que lhe devia. O leiteiro continuou a levar-lhe o leite até que a conta duplicou. O vizinho se negou a pagar-lhe e o senhor, que andava sempre descalço devido à sua pobreza, perdeu o trabalho. Ao ver isso, julguei o vizinho como nunca o tinha feito: o considerei um ladrão, um burlão, etc., etc. No dia seguinte, quando o encontrei na rua, olhei-o com desdém, não o via como um vizinho e amigo senão como um ladrão da pior estirpe. Mas me auto-observei e descobri esse pensamento, e o que sentia, e me perguntei a mim mesmo: Por que o estou a julgar? Não será que esse defeito que vejo no vizinho, o tenho bem oculto na minha lua psicológica? Y me propus estudar-me a mim mesmo, entrei em meditação; para a morte de esse defeito realizei vários Mundialitos, e descobri no meu interior psicológico vários eu´s de roubo, e os comecei a trabalhar, pedindo-lhe à Virgem Mãe do meu Cristo que os eliminasse, feita a previa dissecção. Estudei o “eu” que tinha julgado ao vizinho e senti compreensão por ele, já não o julgava. Isto é maravilhoso!